Em um tempo de pandemia, ouvimos uma mensagem contundente: a importância do cuidado envolvendo a relação pessoal e nos espaços de convivência. Mas esse cuidado também se aplica a todas as dimensões da vida: o cuidado de si mesmo, das pessoas com quem nos relacionamos no dia a dia e a nossa responsabilidade no contexto da criação maravilhosa de Deus. As primeiras páginas do livro de Gênesis relembram o ato criador de Deus e, consequentemente, sublinha a responsabilidade humana no processo de cuidar e zelar.
Temos que confessar a nossa negligência quanto ao mandamento do cuidado com a criação.
O apóstolo Paulo adverte: “[…] o Universo todo geme e sofre como uma mulher que está em trabalho de parto” (Romanos 8.22). A terra sofre os efeitos da desobediência e da ganância do pecado pessoal e estrutural. O coronavírus não é causa, mas consequência da doença ambiental.
As capas do no Cenáculo neste ano estão destacando a importância da água como um dom maravilhoso da graça divina, bem como advertindo sobre a sua fundamental importância para a sobrevivência de toda a criação. Sem água não há vida. A capa deste bimestre ilustra a chegada da primavera, que anuncia o término do inverno. Essa estação traz o desabrochar das flores, com sua beleza e perfume, e o cântico dos passarinhos.
Ou seja, traz esperança para todos nós neste tempo em que estamos tentando sair de um longo inverno da Covid-19. Nestes dias, um trecho do Cântico da Criação, de Francisco de Assis, oferece-nos uma bela mensagem: “Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão vento, pelo ar, pela nuvem, pelo sereno, e todo o tempo, com o qual, às tuas criaturas, dás o sustento. Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã água, que é tão útil e humilde e preciosa e casta”.
